Escrita científica: clareza e objetividade



A escrita e publicação de um artigo científico são as últimas etapas do processo de pesquisa e têm o intuito de apresentar nossas ideias e resultados à sociedade, porém, do que adianta publicar se ninguém compreender a relevância do seu trabalho? 

Muitos autores seguem a famosa frase de Harry Truman: “se não puder convencê-los, confunda-os”, porém esse é um péssimo hábito. Uma boa escrita transmite de forma direta a intenção do autor, com clareza e objetividade.

Geralmente somos aconselhados a descrever nossas pesquisas utilizando a terceira pessoa e a voz passiva, isso é muito estranho, pois não deixa clara a participação do autor e sugere que as coisas simplesmente aconteceram por si sós.  Preste atenção nos seguintes trechos:

1. Grandes diferenças nos tempos de reação dos dois estudos foram encontradas.
2. Nós observamos grandes diferenças nos tempos de reação dos dois estudos.

Os experimentos e análises não surgem do nada, os autores têm responsabilidade sobre suas pesquisas e devem demonstrar confiança sobre o que publicam. Veja que a utilização da voz ativa na segunda frase deixa o texto mais direto, melhorando a interpretação e clareza de ideias.

Um erro comum que cometemos é adicionar palavras ou expressões sem necessidade, principalmente quando estamos escrevendo artigos em inglês. Veja os exemplos a seguir:

1. This paper provides a review of the basic tenets of cancer biology study design, using as examples studies that ilustrate the methodologic challenges or that demonstrate successful solutions to the difficulties inherent in biological research.

2. This paper reviews cancer biology study design, using examples that illustrate specific challenges and solutions.

Observe que a segunda versão da frase ficou muito melhor, simples e direta. Uma frase concisa é sempre preferível à um texto enorme que diz a mesma coisa.

O texto científico geralmente está atrelado a temas complexos — destinados a públicos específicos — que podem conter vários conceitos técnicos e jargões, mas em sua essência um artigo deve ser compreensível para todos que buscam conhecimento. 


Escrever qualquer texto extenso demanda tempo e paciência, principalmente quando estamos descrevendo experimentos, metodologias e resultados de pesquisas científicas. A chance de ficar perfeito de primeira é mínima, são necessárias inúmeras revisões e ajustes, portanto não desista e revise quantas vezes for necessário!

Para quem se interessou pelo assunto e deseja melhorar suas técnicas de escrita recomendo os cursos online Writing in the Sciences — oferecido pela universidade Stanford — e Escrita Científica – oferecido pela USP.



Comente e compartilhe! Contribua para o crescimento do blog e mande sua sugestão de tema para contato.quasemestre@gmail.com.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Postado por Unknown

Qual Sistema Operacional utilizar no mestrado, Linux ou Windows?




Muitos artigos na internet nos deixam fascinados sobre a descrição das distribuições Linux e/ou Windows. Mas algumas informações fazem apenas aumentar a dúvida da qual escolher. Trazendo esse assunto para o mestrado, pode-se perguntar: O sistema operacional que está sendo utilizado realmente faz alguma diferença? É uma questão interessante a ser levantada, pois isso possibilita ou não a ter um melhor rendimento nos estudos.

Este artigo tem o objetivo de comentar um pouco sobre esses dois sistemas operacionais de forma mais imparcial possível (pois atualmente utilizo os dois sistemas operacionais, mais especificamente Windows 8 e Ubuntu 13.10), para ajudar o leitor a fazer a escolha certa, evitando preconceitos que muitos usuários tanto de Windows como de Linuxs têm.


O sistema operacional pode influenciar nos estudos?

Essa pergunta é muito interessante, pois, de maneira quase imperceptível, o sistema operacional (SO) pode atrasar vários projetos, trabalhos e tarefas. Isso ocorre devido ao fato de que a quantidade de tempo gasto para se instalar uma ferramenta em um determinado sistema operacional pode fazer uma grande diferença.

Os programas feitos para os Windows sempre são fáceis de instalar (pelo menos a maioria deles), apenas apertando o botão next muitas vezes instala sem problema algum, e isso é vantajoso, pois é rápido, fácil e prático, mas as vezes é trabalhoso achar um site confiável, já que o maior medo dos usuários que usam este sistema operacional é ser infectado por qualquer tipo de vírus. O tempo gasto para encontrar o site e fazer o download do arquivo é muito grande, além de que o arquivo baixado pode não ser o arquivo certo! Isso quase mata muitos de raiva, ou seja, a procura do programa continua, e pode levar mais muito tempo.

No Linux, é mais fácil? Isso também varia, pois dependendo da distribuição Linux, supondo que seja uma distribuição que não tenha a central de programas (central de programas é um software que mostra uma lista de todos os programas disponíveis que podem ser instalados no seu Linux, sendo que a instalação e procura se torna muito mais fácil do que o próprio Windows), volta ao caso explicado anteriormente (de procurar a ferramenta na internet), lógico que não existe a preocupação do seu computador pegar vírus, e isto é uma grande vantagem das distribuições Linuxs, mas após baixar o programa, vêm a grande dificuldade, a instalação.

Muitos blogs e fóruns da internet ensinam a fazer instalação, mas os tutoriais podem ser bem complicados para algo que supostamente é simples, e muitos não dão certo ou foram feitos para experts (que conhecem muito bem o SO), os quais ocultam detalhes imaginando que os usuários que estão seguindo (a risca) o tutorial já saibam. Isto infelizmente complica a vida de muitos, pois, por não ter dado certo a primeira tentativa, correm atrás de outro tutorial, e por ter começado uma instalação de forma incorreta, a outra também pode não dar certo.

Um profundo conselho é, se for seguir um tutorial de um fórum ou um blog, verifique primeiro as experiências dos outros usuários (cobaias) que tentaram, e certifique se eles conseguiram instalar com êxito ou não, se mais de uma pessoa comentou que as instruções seguidas deram certo, se torna confiável o tutorial, caso contrário, procure outro. Utilize também, uma distribuição Linux que tenha uma central de programas (ex: Ubuntu, Fedora, Mint e outros), pois as vantagens são grandes. Na central de programas, se tem o que você procura, coloque para instalar e pronto, resta apenas desfrutar da ferramenta, o que torna a instalação muito mais fácil do que no Windows, já que basta apenas um clique.

Esses casos mencionados, podem levar horas ou até mesmo dias, quando se trata do mestrado, pois os softwares utilizados são quase todos complicados e com difícil instalação, e ainda mais, o programa pode ser para um sistema operacional em especifico, para o Linux como exemplo o banco de dados Hbase, e para o Windows o ArtoolKit. É interessante você ter um dual-boot (dois sistemas operacionais na sua máquina) ou máquinas virtuais, pois, os professores de disciplinas diferentes podem pedir para instalar duas ferramentas especificas uma para o Linux e outro para o Windows. Então não perca tempo e já deixe sua máquina pronta, antecipando e otimizando o seu tempo para acelerar os seus estudos.

Refletindo sobre os Linux e Windows

O mais sensato a ser feito é aprender o máximo sobre esses sistemas operacionais, deixando de lado o preconceito, pois existem muitos programas legais e úteis no Windows e não têm no Linux, e o contrário também é verdade. Um exemplo simples é a gravadora de CD, a ferramenta Nero é ótima e sem defeito para o Windows, já no caso do Linux as ferramentas com essa finalidade deixam muito a desejar. Enquanto que o editor LateX e visualizador de PDF no Linux são melhore que no Windows.

O certo, seria ensinar todas as pessoas a utilizar os dois sistemas operacionais, já que hoje em dia, pode-se dizer sem medo algum que o Linux e o Windows estão praticamente do mesmo nível em questão de qualidade, utilidade e aparência.

Nem tudo é perfeito, tanto o Windows como o Linux têm sua desvantagem. A principal desvantagem do Windows é a o perigo de infectar o computador com qualquer tipo de vírus, que estão em toda parte da internet, CD, pendrives, HD externo e dentre outros. Isso realmente é muito chato, pois além do vírus roubar informações, controlar seu computador, infectar outros dispositivos (máquinas fotográficas, celulares, MP3, MP4, e etc), pode danificar o sistema operacional a tal ponto que têm que reinstalar tudo de novo. Fora o medo que é constante de pegar vírus de alguma pessoa que não cuida do seu computador. O Linux, neste ponto é muito bom, mas o seu principal ponto fraco é a pequena quantidade de programas bons que faz com que muitos usuários não se interessem por esse sistema operacional.

Após experimentar esses dois sistemas você notará que compensa não apenas experimentar um ou outro, mas ter ambos e usá-los diariamente em seus estudos, pois quanto mais tempo você os utilizar, começará a notar suas vantagens e consequentemente os preconceitos finalmente desaparecerão.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Postado por Unknown
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Agrupamento Semi-Supervisionado


Na área de Mineração de Dados o agrupamento, ou clustering como é mais conhecido, é a tarefa de agrupar um conjunto de dados em subconjuntos que possuam algum grau de similaridade, de forma que, os dados pertencentes ao mesmo grupo tenham características semelhantes. Esse processo pode ser realizado basicamente de três formas:

  1. agrupamento supervisionado, em que se conhece os rótulos dos dados a partir de um conhecimento de domínio, também conhecido como classificação;
  2. agrupamento não-supervisionado, no qual não se tem nenhuma ideia sobre o conjunto de dados, e que o processo agirá sem qualquer conhecimento prévio para criar uma quantidade x de grupos;
  3. agrupamento semi-supervisionado é o método mais recente entre os três, e tem sido um tópico bastante abordado nos últimos anos, ele funciona com uma pequena quantidade de informação a priori sobre os dados.

As informações utilizadas pelo agrupamento semi-supervisionado podem ser representadas de duas maneiras: rótulos em parte dos dados ou restrições. Na primeira, uma pequena quantidade do conjunto de dados é rotulada e servirá como uma base de treinamento para que posteriormente o resto dos dados do conjunto sejam agrupados com base nesse pequeno conjunto inicial. Na segunda, a informação a priori é representada por restrições, a qual funciona principalmente entre dois tipos: must-link – indica que dois elementos do conjunto de dados devem pertencer ao mesmo grupo; e cannot-link – indica que dois elementos do conjunto não podem pertencer ao mesmo grupo.

A figura abaixo mostra um conjunto de dados representado em um espaço euclidiano, em que a distância entre dois elementos diz o quanto eles são similares, isto é, quanto mais distantes dois elementos estão no plano, mais diferentes eles são. Os atributos relevantes dos dados para a representação no espaço são o peso e a altura. As linhas contínuas entre dois elementos representam uma restrição must-link, e as linhas pontilhadas entre dois elementos representam uma restrição cannot-link.


Perceba que a informação contida nas restrições (lado direito da figura) altera uma forma intuitiva de agrupamento que seria feita por um processo não-supervisionado (lado esquerdo da figura).

Dentre os vários exemplos de utilização desse processo de agrupamento semi-supervisionado, trago aqui um dos mais comuns apresentados em trabalhos científicos. Suponha uma base de dados com milhares de imagens sobre um determinado domínio, por exemplo, animais. Agora imagine que nessas imagens possuam animais de todos os possíveis tipos e você deseja agrupá-las de alguma forma, mas não tem ideia de quantos grupos possam existir nesse conjunto ou de como poderá agrupá-las. Uma ideia para resolver esse problema, usada por alguns autores na literatura, seria dividir esse processo em duas etapas:

  1. Realizar um processo totalmente não supervisionado, como uma espécie de pré-processamento dos dados, para que sejam criados uma determinada quantidade x de grupos preliminares.
  2. A partir daí, o usuário ou especialista do domínio entra em cena para verificar a corretude desses grupos, dizendo, por exemplo, se duas imagens devem pertencer a aquele grupo (must-link) ou se duas imagens não podem pertencer ao mesmo grupo (cannot-link). Logo após ter inserido uma quantidade satisfatória (ao usuário) de conhecimento, é realizado o processo de agrupamento novamente, mas agora levando em consideração as restrições inferidas pelo usuário, e assim sucessivamente até que se tenha chegado a um resultado satisfatório.

Além disso, podem ser criadas restrições em relação aos grupos, por exemplo, o usuário pode dizer que uma determinada imagem não pode pertencer a um certo grupo, cria-se então uma restrição entre um elemento e um grupo.  Isso só foi mencionado para mostrar que podem existir vários tipos de restrições com vários conceitos diferentes, mas isso é um assunto para um próximo post.

Espero que tenham gostado e para finalizar a minha primeira postagem nesse blog peço que entrem em contato a qualquer dúvida, não deixe de comentar, com dicas, críticas (construtivas de preferência) ou sugestões. 
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Postado por Unknown

Cursos Online Gratuitos


Muitos profissionais buscam aprender coisas novas e ter um diferencial na formação para melhorar seu currículo com novas habilidades, porém, a rotina de trabalho pode impossibilitar a participação em cursos presenciais. O ambiente de aprendizagem online pode resolver esse problema, fornecendo maior flexibilidade de horários e de conteúdo.

A internet é uma fonte inesgotável de coisas inúteis conhecimento, existem diversos sites especializados que oferecem cursos online gratuitos.  Veja a lista a abaixo:


Em especial para os profissionais de TI:


Bons estudos!
domingo, 29 de dezembro de 2013
Postado por Unknown
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O que fazer depois da graduação?


Ao terminar a graduação sentimos uma mistura de vários sentimentos, entre eles está o de dever cumprido, de alegria, de saudade e também de desespero, pois o que supostamente era para ser o fim é apenas o começo.

Pode-se dizer que saímos melhor do que entramos, mas definitivamente não saímos prontos. Nesse momento da vida é como se estivéssemos em uma encruzilhada com dezenas de caminhos possíveis e a dúvida é tão grande que acabamos ficando paralisados ou pior, agindo por impulso (decidindo fazer algo somente pelo fato de que a maioria vai fazer).


Muitos consideram o término da graduação como um ponto final, que representa uma transição para o mundo “adulto” e o mundo do “mercado de trabalho”, no qual não é preciso mais estudar. Esse é um pensamento ingênuo, pois se você pretende crescer profissionalmente em um mundo onde o conhecimento e a informação são as maiores formas de poder, ficar parado não é uma boa opção.

Para os que pretendem continuar estudando existem diversas possibilidades, falaremos algumas delas a seguir:

  • ·         Certificação


Geralmente as certificações surgem como uma demanda de mercado e são formas de suprir áreas do conhecimento que não foram abordadas na graduação.

Podem estar relacionadas a tecnologias ou metodologias específicas, sendo na maioria das vezes conferido por empresas ou instituições que requerem profissionais capacitados.

Apesar de ser uma boa opção como diferencial profissional, as certificações têm caráter temporário, pois devem ser atualizadas na mesma frequência em que as novas tecnologias ou produtos são lançados.

  • ·         Especialização


O objetivo da especialização é o de ampliar o conhecimento do aluno em determinadas áreas, permitindo que ele adquira recursos e ferramentas pra aplicar rapidamente ao seu dia a dia de trabalho.

São cursos voltados para o aperfeiçoamento e a atualização do profissional, permitindo um melhor direcionamento na carreira.

  • ·         Mestrado


O papel do mestrado não é te transformar em um professor, mas em um MESTRE!

Uma definição que gosto bastante é a do D.Sc. Bertoldo Schneider Jr:

"Mestre significa alguém que está preparado para resolver, por si mesmo ou em equipe, problemas não triviais. Ser Mestre significa, a partir da necessidade de resolver um problema, descobrir os objetivos a serem atingidos, os passos a serem dados, planejar como atingi-los, e publicar seu trabalho para que possa sofrer a crítica de seus pares e outros especialistas. Resumindo, um Mestre é alguém capaz de levar a cabo um processo de investigação e conclusão de maneira apropriada (científica, ética, metodológica e honesta)."

Basicamente o objetivo do mestrado é o de formar um pesquisador, capaz de desenvolver novas tecnologias e contribuir para o progresso da ciência. Para isso é necessário um aprofundamento teórico sobre a área de pesquisa estudada, com análise de métodos já existentes e criação de novas abordagens.

Apesar de grande parte dos formados optarem pela carreira como professores, há espaço também no ambiente corporativo. Atualmente há uma cultura de mestres e doutores no quadro de funcionários, principalmente em empresas de tecnologia de ponta como Google, IBM, etc.

Há também a modalidade de mestrado profissional, que segundo a CAPES enfatiza estudos e técnicas diretamente voltadas ao desempenho de um alto nível de qualificação profissional, ou seja, o curso é voltado para o ensino e a pesquisa, porém com um viés mais prático.

Espero que o texto tenha ajudado a clarear a mente sobre a dúvida do que fazer depois da graduação. Cada opção tem suas vantagens e desvantagens, porém alguma delas deve se encaixar no seu perfil e na sua pretensão para o futuro.


Têm alguma opinião sobre o assunto? Deixe um comentário e nos ajude a compartilhar a informação.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Postado por Unknown
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Inglês Sem Fronteiras


The book is on the table? É isso mesmo galera, se vocês não têm muita afinidade com o Inglês é melhor começar a praticar. Hoje em dia as tecnologias mudam muito rapidamente e a maioria das pesquisas são divulgadas em inglês, quem é pesquisador ou apaixonado por inovação não pode ficar pra trás!

Pra quem está procurando melhorar suas habilidades o Inglês Sem Fronteiras é uma boa opção, além de diversas atividades realizadas em um ambiente online o programa agora incluirá cursos presenciais.

Se interessou? Então visite o site clicando aqui e saiba mais!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Postado por Unknown

Distância DTW (Dynamic Time Warping)


Inaugurando a minha primeira postagem no Blog Quase Mestre, irei comentar um pouco sobre uma distância bem conhecida na literatura (áreas de banco de dados, imagens, matemática e dentre outras) e também pela comunidade de reconhecimento de voz, chamada de DTW (Dynamic Time Warping) que traduzindo ao pé da letra, seria Deformação do Tempo Dinâmico. 


Para ficar um texto bastante claro e intuitivo, escreverei de forma um pouco superficial e objetiva, mostrando exemplos e aplicações nais quais podem ser utilizada essa distância, de modo que tanto leitores leigos sobre o assunto como também os profissionais na área possam aproveitar.

O que é DTW?

Uma técnica que permite o mapeamento não linear entre duas séries temporais, de tal forma que realiza a similaridade entre elas para minimizar sua distância. É bastante utilizada em mineração de dados e várias outras tarefas e/ou problemas que podem envolver algum tipo de classificação, clusterização, detecção de anomalias, indexação de séries temporais, dentre outras.

Conhecendo mais sobre o DTW

O DTW tem uma pequena vantagem comparado com outra distância bastante disseminada na literatura, a distância Euclidiana.

Distância Euclidiana: Para fazer o cálculo utilizando a distância Euclidiana é bastante simples, imagine dois pontos em um plano cartesiano, ponto z1 e o ponto z2, cada ponto tem as coordenadas (x1, y1) e (x2, y2), respectivamente, ou seja, z1 = (x1, y1) e z2 = (x2, y2). A formula Euclidiana é dada a seguir:



Vamos um exemplo bem simples: x1 = 4, y1 = 3 e x2 = 5 e y2 = 7, então o resultado seria:



Claro que pode haver mais valores do que duas coordenadas para cada ponto, então podemos generalizar a formula Euclidiana entre os pontos P=(p1,p2, ..., pn) e Q = (q1, q2, ..., qn)para: 



Vantagem de usar DTW em vez da distância Euclidiana: Como pode ser percebido, a distância Euclidiana deve utilizar vetores do mesmo tamanho, ou seja, deve ter a mesma quantidade de p's e q's, enquanto a DTW não têm essa restrição.

Para facilitar imagine como fazer o cálculo entre vetores de tamanhos diferentes utilizando a distância Euclidiana, uma solução seria completar o vetor de menor tamanho com valores 0's até alcançar e igualar ao tamanho do maior vetor. É uma das abordagens que pode ser realizada, mas será que é a mais eficiente?

Vamos dar uma olhada na distância DTW a seguir.

Como calcular a distância DTW

Suponha que exista duas séries temporais, uma sequência W de tamanho n, e uma sequência Q de tamanho m, onde:

W = w1, w2, ..., wi, ... , wn
Q = q1, q2, ..., qi, ..., qm

Exemplo prático:

W = [1,2,3,4]  e n =4
Q =  [4,5,6] e m =3

Para  computar a matriz de  distância, é computada a distância ao quadrado de todos os valores de W com todos os valores de Q. Então a matriz de distância d recebe (wi - qj)², ou seja, d(wi, qj) = (wi - qj)²,onde i inicia em 1 e vai até n, e j inicia em 1 e vai até m.

Exemplo prático seria:
formula dij = (wi - qj)²
d11 = (1 - 4)² = 3² = 9
d12 = (1 - 5)² = 4² = 16
d13 = (1 - 6)² = 5² = 25
d21 = (2 - 4)² = (-2)² = 4
d22 = (2 - 5)² = (-3)² = 9
d23 = (2 - 6)² = (-4)² = 16
d31 = (3 - 4)² = (-1)² = 1
d32 = (3 - 5)² = (-2)² = 4
d33 = (3 - 6)² = (-3)² = 9
d41 = (4 - 4)² = (0)² = 0
d42 = (4 - 5)² = (-1)² = 1
d43 = (4 - 6)² = (-2)² = 4

         |9  16   25|
dij = |4   9    16 |
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

Após criar a matriz d, devemos encontrar o mapeamento entre W e Q, para encontrar o caminho chamado de caminho deformado (caminho na matriz d que determinar o menor custo total ao somar os elementos (i,j)) utiliza-se programação dinâmica para avaliar a seguinte recorrência:

Caminho deformado Y(i,j) = d(qi, wi) + min {Y( i - 1, j - 1), Y(i - 1, j), Y(i, j - 1)}

A programação dinâmica é baseada em algoritmos que tomam a melhor decisão a cada passo, ou seja, a partir de um determinado elemento da matriz, para encontrar a melhor decisão (no caso, o melhor elemento), devemos procurar o elemento mínimo (que é o menor elemento considerando as três posições Y(i-1, j - 1), Y(i - 1, j) e Y(i, j - 1)). Talvez não tenha ficado muito lógico ou até mesmo claro, então para resolver isso, nada melhor que um exemplo prático para terminar de sanar as dúvidas.

Ex: Seja a matriz dij

         |9  16   25|
dij = |4   9    16 |
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

Inicialmente o i = n e j = m ou seja i = 4 e j = 3 então d(qi, wj) + min {Y( i - 1, j - 1), Y(i - 1, j), Y(i, j - 1)} = 4 + min(4, 9, 1) = 4 + 1 = 5

O valor 5 que acabou de ser calculado é a soma acumulada do caminho deformado. Seguindo com a explicação do exemplo, na matriz o nosso d(qi, wi) está de azul, e o min {Y( i - 1, j - 1), Y(i - 1, j), Y(i, j - 1) está de vermelho

        |9  16   25|
dij = |4   9    16 |   caminho deformado: 4
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

e nossa soma acumulada é 5, pois somamos os d(qi, wi) + min {Y( i - 1, j - 1), Y(i - 1, j), Y(i, j - 1)}.

Continuando os passos, refazemos novamente o passo anterior, mudando o i e o j:
d(qi, wj) + min {Y( i - 1, j - 1), Y(i - 1, j), Y(i, j - 1)} = 1 + min(1, 4, 0) = 1 + 0 = 1

Seguindo com a explicação do exemplo, na matriz o nosso d(qi, wi) está de azul, e o min {Y( i - 1, j - 1), Y(i - 1, j), Y(i, j - 1) está de vermelho, com a diferença agora que foi colocado com a cor verde, a representação do caminho deformado

        |9  16   25|
dij = |4   9    16 |   caminho deformado: 4-1
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

fazemos isso repetidas vezes até que i = 1 e j = 1, então:

        |9  16   25|
dij = |4   9    16 |   caminho deformado: 4-1-0
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

        |9  16   25|
dij = |4   9    16 |   caminho deformado: 4-1-0-1
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

        |9  16   25|
dij = |4   9    16 |   caminho deformado: 4-1-0-1-4
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

        |9  16   25|
dij = |4   9    16 |   caminho deformado: 4-1-0-1-4-9
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |
 
        |9  16   25|
dij = |4   9    16 |   caminho deformado: 4-1-0-1-4-9
         |1   4     9 |
         |0   1    4  |

Obs: Não foi feita a soma acumulada para ser simples e didático, mas com o exemplo dado é possível entender o processo para o cálculo parcial do DTW, ressaltando que o resultado final será o mesmo que se fizesse a matriz acumulada, a diferença é que o elemento i = 1 e j =1 teria o valor 19.

Após ter achado o caminho deformado é necessário somar os elementos:
4 + 1+ 0 + 1+ 4 + 9 =19

O valor 19 é nossa distância entre as séries temporais

W = w1, w2, ..., wi, ... , wn
Q = q1, q2, ..., qi, ..., qm

Conclusão 

Este artigo apresenta somente uma visão geral sobre a distância DTW, sendo aconselhável um aprofundamento maior por parte do leitor que gostou do assunto, porém, agora vocês já tem uma noção sobre o tema, sua importância e aplicabilidade. Esperamos que isso possa te ajudar a resolver algum problema.





terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Postado por Unknown

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